Mudanças
sempre representam um retorno positivo para o trabalhador?
Ao lançarmos nosso olhar ao
passado, percebemos muitas mudanças no perfil das organizações e no modo de se
trabalhar. Quem não se lembra daquele velho sininho tocando quando vai se atingir
a margem direita na velha máquina de escrever? ou quantas vezes girou o disco do
telefone para fazer uma chamada?
Fonte:
http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/2011/10/22
Vivemos um momento em que as
tecnologias da informação e comunicação passam por inovações aceleradas e são incorporadas
ao mundo do trabalho para facilitar e aumentar a produtividade. Se por um lado
temos ferramentas estruturantes no modo de se trabalhar (computadores,
internet, celular), de outro, as discussões voltadas para os aspectos humanos
das organizações públicas ainda são muito tímidas.
Para ilustrar essas
mudanças, destacamos dois trechos do livro “Operários do Direito” de Herval
Pina Ribeiro, 2009, sobre o Judiciário Catarinense:
“(...)
A informatização facilitou nossas tarefas, mas a um preço alto. O ritmo de
trabalho é cada dia maior. Antes em um dia de trabalho você dava conta de dez
processos; passou para vinte. Quando você chega aos vinte vem a pressão dos
superiores que querem que você dê conta de trinta. Ai você dá conta da meta e
vai ter que cumprir uma maior adiante.Você limpa sua mesa e lá vem uma pilha
do gabinete, e lá vem um advogado. (RIBEIRO, 2009, v. 2, p.37)
“(...) não é suportando mais trabalho e aceitando
as acusações de que somos morosos e suportar a pressão e o autoritarismo que
vamos resolver o Problema do Judiciário. Não temos que trabalhar mais e
adoecer, somos humanos, precisamos trabalhar somente o tanto que for preciso e
possível, com resguardo da nossa saúde e
humanidade”. (RIBEIRO, 2009, v. 2, p.30)
Se no passado os impactos
sofridos na saúde do trabalhador eram mais visíveis no corpo por meio dos
acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, agora, além desses clássicos
efeitos, prevalecem as doenças mentais.
Nesse sentido, a promoção da
qualidade de vida no trabalho nas organizações públicas tem forte potencial
para configurar um cenário em que todos ganham. Não basta cuidar da qualidade
total dos produtos e serviços, é primordial cuidar da qualidade de vida
daqueles que operam a cidadania (FERREIRA, et. al, 2013).
E você? como se sente diante
desse contexto? Deixe seu registro!
Literatura consultada:
FERREIRA, M.C. Qualidade de vida no trabalho: questões
fundamentais e perspectivas de análise e intervenção. Brasília: Paralelo 15,
2013.
RIBEIRO, H.P. Operários do direito. v.2,
Florianópolis: Lagoa editora, 2009.
Entendo que mudanças sempre são positivas para o ambiente de trabalho, contudo ainda há muitas pessoas resistentes às mudanças, o que dificulta a melhoria.
ResponderExcluirAs mudanças precisam acontecer, mas não se pode esquecer que a saúde do trabalhador é um direito, há uma necessidade urgente de replanejar os processos de trabalho, para isso a participação do trabalhador nas decisões é fundamental a fim de contribuir com a dinamização dos processos de trabalho e preservação da saúde.
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