segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mudanças sempre representam um retorno positivo para o trabalhador?

Ao lançarmos nosso olhar ao passado, percebemos muitas mudanças no perfil das organizações e no modo de se trabalhar. Quem não se lembra daquele velho sininho tocando quando vai se atingir a margem direita na velha máquina de escrever? ou quantas vezes girou  o disco do telefone para fazer uma chamada?


Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/2011/10/22


Vivemos um momento em que as tecnologias da informação e comunicação passam por inovações aceleradas e são incorporadas ao mundo do trabalho para facilitar e aumentar a produtividade. Se por um lado temos ferramentas estruturantes no modo de se trabalhar (computadores, internet, celular), de outro, as discussões voltadas para os aspectos humanos das organizações públicas ainda são muito tímidas.

Para ilustrar essas mudanças, destacamos dois trechos do livro “Operários do Direito” de Herval Pina Ribeiro, 2009, sobre o Judiciário Catarinense:

“(...) A informatização facilitou nossas tarefas, mas a um preço alto. O ritmo de trabalho é cada dia maior. Antes em um dia de trabalho você dava conta de dez processos; passou para vinte. Quando você chega aos vinte vem a pressão dos superiores que querem que você dê conta de trinta. Ai você dá conta da meta e vai ter que cumprir uma maior adiante.Você limpa sua mesa e lá vem uma pilha do gabinete, e lá vem um advogado. (RIBEIRO, 2009, v. 2, p.37)                                                                                                                                                                                                                                                     
 “(...) não é suportando mais trabalho e aceitando as acusações de que somos morosos e suportar a pressão e o autoritarismo que vamos resolver o Problema do Judiciário. Não temos que trabalhar mais e adoecer, somos humanos, precisamos trabalhar somente o tanto que for preciso e possível, com resguardo  da nossa saúde e humanidade”. (RIBEIRO, 2009, v. 2, p.30)                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
Se no passado os impactos sofridos na saúde do trabalhador eram mais visíveis no corpo por meio dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, agora, além desses clássicos efeitos, prevalecem as doenças mentais.

Nesse sentido, a promoção da qualidade de vida no trabalho nas organizações públicas tem forte potencial para configurar um cenário em que todos ganham. Não basta cuidar da qualidade total dos produtos e serviços, é primordial cuidar da qualidade de vida daqueles que operam a cidadania (FERREIRA, et. al, 2013).

E você? como se sente diante desse contexto? Deixe seu registro!

Literatura consultada:
FERREIRA, M.C. Qualidade de vida no trabalho: questões fundamentais e perspectivas de análise e intervenção. Brasília: Paralelo 15, 2013.
RIBEIRO, H.P. Operários do direito. v.2, Florianópolis: Lagoa editora, 2009.


2 comentários:

  1. Entendo que mudanças sempre são positivas para o ambiente de trabalho, contudo ainda há muitas pessoas resistentes às mudanças, o que dificulta a melhoria.

    ResponderExcluir
  2. As mudanças precisam acontecer, mas não se pode esquecer que a saúde do trabalhador é um direito, há uma necessidade urgente de replanejar os processos de trabalho, para isso a participação do trabalhador nas decisões é fundamental a fim de contribuir com a dinamização dos processos de trabalho e preservação da saúde.

    ResponderExcluir